Funeral Blues @ sub silentio

Foi neste Sábado de Aleluia que finalmente se realizou o enterro. Há muito que já devia ter acontecido. Há tanto tempo que o corpo já se encontra irreconhecível (at last!...). Já não tenho uma imagem tua a vaguear todos os dias na minha alma. Cada dia que passou sem uma notícia tua, ajudou a desvanescê-la. Espero convictamente que nunca mais se volte a delinear. Acabou a ansiedade e a queda de cabelo. A numerologia ou os dias contados nem sei bem para quê. Fim ao ataque ao frigorífico a às fúrias de chocolate. A tua música não toca mais.

Conheço-te. Sei do que és capaz. Sei que precisas de sentir a máxima segurança para depois sim, depois de saberes que podes usar e abusar te decidires. E se decidires abandonar, nem sequer tens coragem suficiente para encarar a outra pessoa e dizer que erraste e exageraste no egoísmo. Não enfrentas quem magoas uma vez que sabes que erraste e tens-te em tão boa conta que não consegues admitir que falhaste, erraste e destruíste tudo uma vez mais. Tens medo e és demasiado inseguro. És um bicho. Foges quando vês fogo.

«Covardia é um vício que convencionalmente é visto como a corrupção da prudência, oposto a toda coragem ou bravura. É um comportamento que reflete falta de coragem; medo, timidez, poltronice; fraqueza de ânimo; pusilanimidade ou ainda ânimo traiçoeiro.»

A Páscoa significa passagem. Passagem dos Judeus do Egipto para a Terra Prometida, da liberdade e salvação. Também eu decidi que nesta Páscoa a passagem dependia (além de Jesus) de mim mas com uma nuance diferente: não fui eu que realmente "passei", foste tu que passaste a História.


AJ, é bom saber que te tenho comigo neste dia! Não consigo dizer "abaixo os F" porque num sítio público como este me estaria a sovar. Contudo digo-te que foi um dia para comemorar e "sabes que mais, nem me custa e sabes porquê, porque não vale a pena." Os meus livres, descontraídos e sinceros sentimentos.