Sub silentio

quarta-feira, maio 14, 2008

Sobre os salários escandalosos

Há quem diga que é Social Democracia vigora nos países onde existe maior distribuição de rendimentos e melhor equilíbrio e nível de vida em todo o Mundo.
As empresas privadas devem ser livres de fixar os ordenados dos seus trabalhadores, deixando os ministros de fora de tais decisões. É justo que quem trabalha e apresenta resultados seja bem remunerado; os prémios de mérito são benéficos.



Agora, é igualmente justo o papel dos Governos, que têm preocupações sociais, no que respeita à criação de cargas fiscais fortes, sobretudo em países que apresentam desigualdades muito marcadas.



O Governo, não só tem o direito, como tem o dever de decretar uma carga fiscal suplementar, sobretudo num país como Portugal que é um dos países que apresenta maiores discrepâncias sociais da Europa.



Atendendo à situação específica de cada país e à equidade ou não equidade da distribuição dos rendimentos, os Governos têm o dever de aplicar a carga fiscal de modo a penalizar e fazer pagar mais aqueles que maiores salários recebem.



Em Portugal, na economia de mercados, as empresas são dos accionistas, mas, com excepção do episódio BCP, onde houve uma intervenção activa de accionistas na governação de uma grande empresa, na maior parte das empresas portuguesas os accionistas estão completamente a leste do que lá se passa e as Administrações muitas vezes têm demasiada latitude e margem de manobra para fixar o que quer que seja com um controlo diminuto por parte dos próprios accionistas.



Puro Socialismo?