Sub silentio

quinta-feira, outubro 09, 2008

Novas Palavras!





A confiança não é algo que se ganhe ou se vá adquirindo. A confiança ou se perde ou se recupera.

Dependendo do tipo de relação, o nível de confiança depositado no outro é também diferente.

Com os “colegas de trabalho”, o nível de confiança que depositamos neles serve simplesmente para efeitos laborais! (Grande descoberta!!)

Nos “amigos do café” não se fazem grandes confissões nem se espera ouvir segredos catacúmbicos (nova palavra que gostaria que fosse adicionada ao Dicionário da Língua Portuguesa). O mais provável é ouvir lamentos, conversas intelectuais, interessantes, sem interesse ou utilidade alguma ou cusquices de última hora.

Numa amizade, daquelas verdadeiras, que normalmente temos duas ou três na vida, o nível de confiança é de 100%, sendo porém o nível de compromisso inferior ao das relações amorosas, chamemos-lhes assim. E por isso estes amigos não precisam de pedir desculpa e se conservam durante tanto tempo.

Numa relação de amor, cumplicidade e compromisso vitalício a percentagem de confiança é de 100%. Por isso mesmo, por razões até quase matemáticas, ela só pode, à partida, diminuir.

Basta um momento, uma frase, uma simples omissão para muita coisa ser repensada, para encher uma noite de insónia raivosa e angustiante, para se ouvir o mundo desmoronar-se, para se ser o emissor e receptor de diálogos imaginários que magoam. Para de repente sentir o teu cheiro vindo do nada, mais tarde, a minha mão brincar com o lóbulo da tua orelha, ouvir a tua voz e finalmente adormecer. Para, mais tarde, poder recuperar o que por momentos se perdeu. Ou não…










1 Comments:

  • Cabe ao emissor a expressão livre, que cedo a torna, paradoxalmente, prisioneira do tempo quando atinge um receptor que seja. Fazer ‘Undo’ é uma expressão recente que só ao mundo virtual pertence, mas que o nosso subconsciente tem tendência a ignorar e a transpor para o mundo real. Torna tudo fácil.

    E “basta um momento, uma frase, (...) para se ouvir o mundo desmoronar-se” enquanto o coração bate numa percussão acelerada. Cheio de receio de te ter magoado. Cheio de medo de te ir perdendo aos poucos. O que aconteceu? O que foi que não vi? Qual o sinal que deixei escapar? Ou terei interpretado mal estas palavras? Sabias que as ia ler? Sabias que as ia reclamar para mim, mesmo não sendo, porque te amo?

    Será isto caso para ‘undo’? Dará isto azo a ‘redo’?

    Sabes que não.
    Hoje à noite, o lóbulo da minha orelha, será teu.
    Amanhã também.
    É sempre assim.
    Sabe-lo bem.
    Sabes que sim.

    D

    By Anonymous Anónimo, at 10:12 da manhã  

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