Sub silentio

quinta-feira, novembro 22, 2007

Discurso na Assembleia Geral

Boa tarde a todos!

É com muito gosto que vejo uma Assembleia com tanta gente, sabendo pois que o único motivo da adesão são os muitos interesses individuais que acolhem sempre de forma colectiva.


Vou então fazer uso desta concorrida Assembleia para informar que, "contra ventos e marés", foi finalmente ultrapassada a tacanhez em redor da minha inscrição na faculdade.

A teimosia durou 2 anos, uma vez que, se tivesse sido feita uma avaliação justa da minha formação quando fui aceite nesta faculdade, estaria agora no 6º ano.

Porém, não podendo patentear os meus direitos ou interesses devido à força e predomínio de algumas pessoas da Faculdade que se julgam órgãos (como eu uma vez ouvi dizer) que sabendo muito bem a que ponto de fraqueza e pequenez os alunos estão reduzidos e ao maior grau a que quis chegar a decadência, nunca consentiu a formação obtida noutra faculdade.

Enganaram-se nos seus planos inquisidores e desse engano provém a minha fortuna.

Durante 58 longos dias a faculdade ofereceu-me sinais de desmarcação, de desresponsabilização que só contribuíram para o desprestígio a níveis superiores à Instituição. A credibilidade de outrora transforma-se, a pouco e pouco, em motivo de chacota entre as demais Instituições.

Não vou entrar em pormenores acerca do meu processo pois não faço stand-up comedy, mas acreditem que tenho material muito bom para estar ao nível do Seinfeld, por exemplo!

Espero que nunca a vida de alguém esteja dependente de um carimbo ou seja condicionada por erros humanos, quanto a mim desculpáveis, a menos que escravizem a pessoa que os cometeu, cegando-a com o seu orgulho, não permitindo a leitura dos seus actos e a sua correcção. Deus criou o Homem com as suas falhas e pecados, mas também com armas para combater essas falhas e erros.

Não posso suportar a evidente injustiça com que fui tratada e conduziu ao absurdo de ter sido severamente prejudicada por factos pelos quais a própria Administração se tem em tão boa conta... Manifestamente por puro engano.

Contudo, muitas dessas injustiças foram e serão silenciadas, omitidas e da minha parte esquecidas, mas desejo que se perpetuem na consciência de cada um, até porque a expressão "what goes around, comes around" não nasceu do nada.

Nenhum ressentimento influenciará, alguma vez que seja, as minhas decisões enquanto aluna desta faculdade.

Cabe-me agora o dever de expressar publicamente a minha maior gratidão aos funcionários da Reitoria da Universidade de Lisboa, a alguns colegas da faculdade e aos amigos.

Gostava de agradecer de forma especial ao F AS, cujos sentimentos altruístas e valores intrínsecos, unicamente solidários, tiveram larga aplicação e retumbância em todo o processo, precisamente devido à forma estoica como lutou e à ajuda incansável na defesa intransigente dos direitos mais elementares dos estudantes.

Nunca vi este processo como uma guerra pessoal, mas fui informada da minha condição de vítima de jogos de interesses.

Para ser mais fácil a analogia com o mundo lá fora, fico com o desfecho deste caso como um triunfo sobre os déspotas deste mundo e dos valores enviesados que, por vezes, nos tentam impor.

Espero que reconheçam que nunca fiquei presa a dogmas, fui activa na defesa da justiça e não deixei que o barulho das opiniões dos outros abafassem a minha voz. E mais importante que tudo isto, tive coragem para seguir as minhas convicções. Como disse uma vez Roosevelt "é duro cair, mas é muito pior nunca ter tentado subir".

Para terminar, caros colegas, quero que saibam que a vossa ajuda ser-me-á necessária e essencial para prosseguir o normal curso dos meus estudos e tenho o direito de contar constantemente com ela!

Obrigada a todos!
Vemo-nos nas aulas!

F




(Intervenção durante Assembleia Geral de Alunos do dia 21 de Novembro. Nesta Assembleia estavam presentes, cerca de 80 alunos da faculdade, um aluno convidado, André Caldas, professores assitentes que sairam da sala quando terminei o speech e a quem aconselho umas Rennie todas as vezes que me ouvirem falar deles.)