Sub silentio

sábado, abril 05, 2008

19-79




Não vives a tua vida e pensas demais. Racionalizas cada passo que dás. Pensas demais. Sabes o que é espontaneidade?

Qual é o mal se é pouco intenso ou se não tens tempo? Constróis uma estrada que não sabes se é a tua e sentes que, pedra sobre pedra, és só tu que a percorres. A estrada é tua. A vida é tua.

Quem queres contigo? Estás a pensar sobre isso? Pensas demais. A culpa é tua se acordas às 5h30 sem sono. A culpa é tua, porque não te impedes de pensar e pensas sempre a pior perspectiva.

As coisas correm bem, és tu quem vive o momento certo, só não encontraste ainda quem constrói estradas paralelas à tua. Elas existem e olham para ti com a condescendência de quem sabe o que pensas e que há um momento em que, sem sentires que te acomodaste, esta vida te faz feliz.

O teu problema é que, enquanto não se dá a transformação, vais continuar a pensar e pensar e pensar e vais sempre ver esse assentar como uma acomodação. E terás de mudar.

Estás tão ancorado a um mundo de adaptação fácil (farás realmente parte dele?) e a redes que te prendem irresistivelmente, porque preferes, não tu especificamente mas essa raça que tão bem conheces, um dia atrás do outro, um arrastar biográfico sem grande esforço, de dias que correm como gotas de água presas num fio.

Também a esse mundo foste incapaz de uma entrega, vê o teu próprio desconforto numa cadeira, já não tinhas posição. Lembras-te?

Mudas a cada esquina e o que queres é tanto e tudo, que não andas em frente, a tua vida é uma sucessão de curva-contra-curvas. Qual é o problema!? É que o teu tempo é o mesmo de toda a gente, mas demoras muito mais a chegar a algum lado.
E o esforço é muito maior.



adaptado