Uma felicidade sem alegria. Ou seja: o domínio dos conceitos abstractos sobre o alvoroço. Um truque como qualquer outro, afinal.»
domingo, dezembro 30, 2007
«O truque da felicidade
Uma felicidade sem alegria. Ou seja: o domínio dos conceitos abstractos sobre o alvoroço. Um truque como qualquer outro, afinal.»
Uma felicidade sem alegria. Ou seja: o domínio dos conceitos abstractos sobre o alvoroço. Um truque como qualquer outro, afinal.»
Pedro Mexia
quarta-feira, dezembro 19, 2007
endA
Amanhã estarei a ressonar na cidade onde nasceu Carlos Paredes!
Como diz Homer Simpson: "Boring!"
Como diz Homer Simpson: "Boring!"
What about...
Carpe diem
Confias no incerto amanhã? Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma substitua o riso claro de um corpo que te exige o prazer?
Fogem-te, por entre os dedos, os instantes;
e nos lábios dessa que amaste morre um fim de frase,
deixando a dúvida definitiva.
Um nome inútil persegue a tua memória, para que o roubes ao sono dos sentidos.
Porém,nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias; e abraças a própria figura do vazio.
Então, por que esperas para sair ao encontro da vida, do sopro quente da primavera, das margens visíveis do humano?
"Não", dizes, "nada me obrigará à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar que me oforece o leito profundo da sua imagem!
"Louco, ignora que o destino, por vezes, se confunde com a brevidade do verso.
Mas não seria isso que nos faria deixarde amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.
Confias no incerto amanhã? Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma substitua o riso claro de um corpo que te exige o prazer?
Fogem-te, por entre os dedos, os instantes;
e nos lábios dessa que amaste morre um fim de frase,
deixando a dúvida definitiva.
Um nome inútil persegue a tua memória, para que o roubes ao sono dos sentidos.
Porém,nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias; e abraças a própria figura do vazio.
Então, por que esperas para sair ao encontro da vida, do sopro quente da primavera, das margens visíveis do humano?
"Não", dizes, "nada me obrigará à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar que me oforece o leito profundo da sua imagem!
"Louco, ignora que o destino, por vezes, se confunde com a brevidade do verso.
Nuno Júdice
Mas não seria isso que nos faria deixarde amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.
Nuno Júdice
Tomadas de Posse
(para rir)
Ter uma oral com o bastard que nos tenta tramar a vida é demasiado desgastante para uma pessoa sensível como eu. As manchas provocadas por stress voltaram, dor de barriga e horas de sono perdidas.
Findos os trabalhos académicos, stricto sensu, passei para a Feira das Vaidades. Saí do exame onde fui esmiuçada como se não houvesse amanhã e uma hora depois tinha o mesmo senhor a congratular-me numa tomada de posse.
O seu amigo e hierarquicamente superior, que não sabe distinguir "amigos de inimigos", sentia-se de tal forma incomodado que as primeiras palavras que sairam da sua boca protética foram "Muitos parabéns. Estou muito feliz por ter conseguido! Sabe que às vezes eu não posso ir directo ao assunto e tenho que contornar para não ser acusado de nada." E logo a seguir fez questão de me provocar uma luxação na ATM, tal a força do seu abraço.
O famoso Porto de Honra e umas frases soltas que tive que ouvir: "Veja lá o que anda a liderar... esta faculdade é muito pequena e toda a gente sabe quem está nos bastidores!". Agradeci a presença de todos e passei para outra.
Outra tomada de posse, desta vez mais a sério com o Grande Auditório da Reitoria esgotado.
F-gate sobe ao pódio, apanhando todos desprevenidos!
Ter uma oral com o bastard que nos tenta tramar a vida é demasiado desgastante para uma pessoa sensível como eu. As manchas provocadas por stress voltaram, dor de barriga e horas de sono perdidas.
Findos os trabalhos académicos, stricto sensu, passei para a Feira das Vaidades. Saí do exame onde fui esmiuçada como se não houvesse amanhã e uma hora depois tinha o mesmo senhor a congratular-me numa tomada de posse.
O seu amigo e hierarquicamente superior, que não sabe distinguir "amigos de inimigos", sentia-se de tal forma incomodado que as primeiras palavras que sairam da sua boca protética foram "Muitos parabéns. Estou muito feliz por ter conseguido! Sabe que às vezes eu não posso ir directo ao assunto e tenho que contornar para não ser acusado de nada." E logo a seguir fez questão de me provocar uma luxação na ATM, tal a força do seu abraço.
O famoso Porto de Honra e umas frases soltas que tive que ouvir: "Veja lá o que anda a liderar... esta faculdade é muito pequena e toda a gente sabe quem está nos bastidores!". Agradeci a presença de todos e passei para outra.
Outra tomada de posse, desta vez mais a sério com o Grande Auditório da Reitoria esgotado.
F-gate sobe ao pódio, apanhando todos desprevenidos!
segunda-feira, dezembro 17, 2007
domingo, dezembro 16, 2007
sábado, dezembro 15, 2007
Semente
"E ao mesmo tempo que sentia não pertencer a lado nenhum, tinha uma necessidade enorme, incontrolável, de ir desaparecendo dos sítios para ir para outros sítios. Duravam cinco dias a uma semana, estas saídas, e normalmente não avisava e não dava notícias. Porque eram estes afastamentos inexplicados e não reportados que lhe davam a sensação de isolamento.
Quando voltava, tudo estava na mesma, menos a sua posição no grupo. Não se sentia só quando lá estava, mas bastavam 3 dias longe para que deixassem de sentir a sua falta. E isso era assim em todo o lado, mesmo nos esconderijos. Mesmo em casa. E não é que sofresse, já era um hábito, mas se pensasse nisso, se durante uma insónia se pusesse a pensar nisso, sabia que sofria. Só podia sofrer, ninguém aguenta sentir-se dispensável.
Mas continuava a fazer tudo como antes, como sempre. Não dava grande atenção a ninguém que não fizesse parte do dia-a-dia imediato, mas não era falta de Amor. Simplesmente não sentia a falta de ninguém. Nem mesmo das pessoas mais óbvias. Declarava essa falta, na verdade, mas não a sentia. E não era de propósito, era um desprendimento de quem não quer sofrer, pensava.
Não pertencia a lado nenhum porque os laços que criava podiam até ser intensos num primeiro momento, mas acabavam por enfraquecer, talvez devido aos seus próprios desaparecimentos. Ligava-se demais às rotinas que encontrava em cada sítio para onde ia, mas facilmente se desprendia. A vida sem âncoras onde voltar não deixa de ser uma vida solitária. E ninguém quer estar sozinho. Bem, pode ser que haja quem queira, Talvez quisesse, mas na verdade não o sabia. Na verdade não o sabia.
A vida tinha sido fácil, nunca verdadeiramente perdera ninguém, mas não se dava, não se ligava. Sempre acreditara que sim, via-se como uma pessoa com muito para dar, via-se com alguém para a vida inteira, acreditava que se apaixonava com a maior das facilidades, mas a idade mostrou-lhe que não. E sentia falta desse vazio de quem sofre ou perde por Amor, mas que é um vazio preenchido pelo que sente.
Durante meses orgulhou-se da incapacidade de amar. Chamava-lhe antes Controlo sobre o Amor. Mas com o tempo percebeu que não. Incapacidade de amar. E com o frio deixou de ter piada, deixou de ser um controlo de si aprendido numa noite gélida de Junho, com alguém desconhecido, passou a ser um deficit.
Não chorava, já não sabia chorar. Não tinha razões para chorar porque não sofria. Sofria de vazio. Quando o vazio é um problema, é porque chegou a altura de chorar, de ter razões para chorar. Não se envolvia, não se empenhava em nada, não dava de si à mais simples das causas, não se entregava nem a si. Nem àquilo em que sempre acreditara. Não se empenhava no futuro, não acreditava no futuro."
Clemente
quinta-feira, dezembro 13, 2007
quarta-feira, dezembro 05, 2007
O que as mulheres querem (?)
"You go your way.
I'll go your way too."
Miguel Esteves Cardoso acabou de dizer que a sua mulher pensa que é exactamente isto que as mulheres querem.
Será?
Esta frase resume uma pessoa que vive para uma relação, significa entrega total e de uma forma que a leva a fazer do seu caminho o caminho do outro. Esta atitude de abdicar de si próprio e assim se completar a mim, hoje em dia, faz-me impressão.
Muito bem, sinto-me feliz quando o caminho do outro vai de encontro ao meu e consigo acompanhá-lo. E se nos apercebemos que no nosso caminho só há espaço para uma pessoa ou então se a pessoa que queremos que nos acompanhe não é a que nos seguiu desde o início?
Expectativas defraudadas e um sentimento de culpa demasiado agressivo que não nos permite ser totalmente sinceros com o outro. Ficamos assim presos a uma pessoa que segue o mesmo caminho que nós e que deixa que a relação corra da forma que nós escolhemos, no entanto, nunca iremos ser felizes porque apesar de tudo queríamos percorrer a estrada ao lado de uma outra pessoa.
I'll go your way too."
Miguel Esteves Cardoso acabou de dizer que a sua mulher pensa que é exactamente isto que as mulheres querem.
Será?
Esta frase resume uma pessoa que vive para uma relação, significa entrega total e de uma forma que a leva a fazer do seu caminho o caminho do outro. Esta atitude de abdicar de si próprio e assim se completar a mim, hoje em dia, faz-me impressão.
Muito bem, sinto-me feliz quando o caminho do outro vai de encontro ao meu e consigo acompanhá-lo. E se nos apercebemos que no nosso caminho só há espaço para uma pessoa ou então se a pessoa que queremos que nos acompanhe não é a que nos seguiu desde o início?
Expectativas defraudadas e um sentimento de culpa demasiado agressivo que não nos permite ser totalmente sinceros com o outro. Ficamos assim presos a uma pessoa que segue o mesmo caminho que nós e que deixa que a relação corra da forma que nós escolhemos, no entanto, nunca iremos ser felizes porque apesar de tudo queríamos percorrer a estrada ao lado de uma outra pessoa.